quarta-feira, abril 09, 2008
há dias assim...
hoje o dia não está a ser fácil, tal como ontem não foi fácil. Na 2ª feira consegui, finalmente, falar da unica coisa que não me deixa ter paz no meu coração... não é uma situação fácil e sinceramente não sei lidar com ela sinto-me perdida.. mas entendi que é a cruz que tenho que carregar e terei que faze-lo com muita serenidade. rezo com todo o meu coração e com toda a minha alma para conseguir não me perturbar, nem cometer nenhuma asneira...vem à minha memória a tentativa de repúdio de José... aconselharam-me a rezar com os pais de Jesus para que eles sejam os meus guias nesta hora.
segunda-feira, abril 07, 2008
...
sinto-me exactamente como o dia.. cinzenta, fria e a chover... e o vento que continua a puxar a chuva...
sábado, abril 05, 2008
Palavras Gastas
"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus."
Eugénio de Andrade
Este poema faz-me sempre parar e pensar...faz-me pensar no que foi.. e já não é.. porque gastamos as palavras e não aprofundamos o sentimento.. simplesmenteporque não tinha que ser!
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus."
Eugénio de Andrade
Este poema faz-me sempre parar e pensar...faz-me pensar no que foi.. e já não é.. porque gastamos as palavras e não aprofundamos o sentimento.. simplesmenteporque não tinha que ser!
sexta-feira, abril 04, 2008
terça-feira, abril 01, 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)